E ao respirar lembre-se que estas moléculas de oxigênio entrarão pelos seus pulmões, cairão na sua corrente sanguínea e serão sintetizadas nas células, juntamente com a glicose dos alimentos que você come. Isto produzirá a energia necessária para você desenvolver as suas atividades cotidianas, como ler este texto, por exemplo. Desta reação, alguns resíduos serão gerados, dentre eles o gás carbônico. Este seguirá para o pulmão, via corrente sanguínea, sendo por fim liberado ao meio ambiente. Até aí tudo bem, você já sabia.

O que vou contar agora, você certamente também já saiba. Mas venha comigo, pois vou focar n’outra perspectiva, que provavelmente ainda não tenhamos pensado.

Nosso corpo libera gás carbônico para o meio ambiente. Os vegetais e plânctons nos oceanos absorverão este gás, sintetizando-o com a água, por meio da energia solar, gerando o seu alimento: a glicose. Resultante deste processo, além da glicose, teremos, como resíduo, o oxigênio, necessário à nossa sobrevivência. Até aí tudo bem, você já também sabia, certo?

O magnífico desta história toda é que este ciclo se repete há milhões de anos. Extraordinário é sabermos que a energia baseada neste binômio molecular (O2/ Co2) que nos mantém vivos hoje já foi moléculas de oxigênio e gás carbônico que foram utilizadas por outros seres vivos e provavelmente por outros humanos há muito tempo, talvez séculos ou milênios atrás. Imagine agora que este ciclo continuará depois que morrermos, de modo que a energia que nos mantém vivos hoje será a mesma que manterá as pessoas vivas daqui a mil anos.

Agora respire fundo novamente. E sinta que este ar que enche seus pulmões está cheio de moléculas que te conectam aos nossos antepassados mais distantes. E ao expirar lembre-se que as moléculas que você libera lhe conectará aos nossos irmãos e irmãs que virão depois de nós. Tudo interligado, tudo conectado, como uma coisa só, única, inseparável, indivisível, num ciclo de energias que nos permitem estarmos vivos agora e que permitirá a vida depois de nós.

Certamente esta seja uma das razões que faz com que os orientais tratem com tanta veneração a função biológica de respirar.

Somos um fragmento de um todo, divinamente ordenado, no qual a vida acontece, mas nunca isoladamente, nunca individualmente. Sozinhos, fracassamos. A respiração é um milagre holístico, do todo. Não se é possível respirar sozinho, ou melhor, não se pode viver sozinho. Precisamos de todos, daqueles do passado e daqueles do futuro, como uma conexão que, se se romper, todos perecem.

Somos uma única porção de vida!

Respiremos com veneração!

Ronei Costa Martins Silva

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