Nunca consegui compreender o emprego destas palavras.
Durante muito tempo as pessoas tentavam me convencer que, diante de uma atividade qualquer, o profissional é bem melhor que o amador.
Nunca vi esta dicotomia, entendendo, inclusive que estes predicados podem coabitar num mesmo sujeito. Este é o meu caso. Sou profissional e sou amador ao mesmo tempo. Sou arquiteto, de profissão e nutro um caso de amor com o meu ofício.
Sabemos que o ambiente afeta as emoções humanas. “Sou o espaço onde estou”, dizia o poeta francês Noël Arnaud. Então, podemos arriscar uma dedução: Se sou o lugar onde estou, o lugar em que estou pode, em certa medida, influenciar meu Ser.
Ora, sendo isto verdade, eis o desafio do arquiteto, o meu desafio: Conceber espaços que possam contribuir para que sejamos mais humanos amorosos e menos bichos raivosos!
Este é o meu desafio: Conceber lugares que acolham o amor. E por isso mesmo sou um sujeito amoroso com o meu ofício: tenho um caso de amor com o meu trabalho!